sábado, 6 de março de 2010

Por Impulso do Coração


Capitulo II – Aproximações

Mantinha meu pensamento no sonho, sobre seu significado ou razão de ter-lo tido. Poderia ser um passado esquecido, pensei. Mais fui interrompida, por ele.
- Em meio a tanta confusão me esqueci, sou Nicholas, Nicholas Copperfield – sorriu.
- Sou Sarah Wightman, prazer.
Nicholas Copperfield. Esse nome não me era estranho, pelo contrário, era muito familiar. Fiz uma breve “pesquisa” em minha memória, revirei meu passado próximo em apenas cinco segundos. Então... Nada. Deixei para lá.
Em meio a tantas pessoas, ele se destacava, por ser alto e bem... Bonito. Aparentava ter uns dezoito anos, e parecia ser bem diferente dos outros garotos de sua idade.
- Vi que você estava lendo Shakespeare. – Disse um pouco rápido de mais.
- É. Romeu e Julieta. Meu clássico preferido. – sorri. – Gosta?
- Como eu não iria gostar? – perguntou me fitando – É um dos maiores escritores da história.
- Com certeza. E qual é seu preferido?
- Por acaso, também. Romeu e Julieta. – Deu um breve sorriso.
Ficamos conversando até a chuva diminuir, formando-se apenas um chuvisco.
- Já passou das seis, minha mãe deve estar preocupada comigo. – falei desanimada.
- Ainda está cedo. – insitiu.
- Mas falei que iria voltar às cinco – expliquei.
- É. Tudo bem – ele disse cabisbaixo.
- Tenho que ir.
- Adeus – murmurou.
Aquele adeus me deixara triste. Talvez nunca o encontrasse, nem lembramos de trocar ao menos algum tipo de contato.
Caminhava desanimadamente para casa, pensando no que acontecera. Era possível o ver novamente? – perguntava a mim mesma – Enfim chegara a casa, molhada pela chuva. Minha mãe já me esperava, preocupada abraçou-me.
- Esta tudo bem, mãe – disse na tentativa de acalma-la – me atrasei esperando a chuva passar.
Subi as escadas depressa, para tomar banho. Vesti roupas secas e confortáveis, para deitar-me e dormir, passando-se alguns minutos, percebi, que esta tentativa fora inútil, pois o barulho da chuva batendo sobre o telhado, os galhos que arranhavam as janelas e principalmente os meus pensamentos,nele, Nicholas Copperfield.

sexta-feira, 5 de março de 2010

Por Impulso do Coração

Capitulo I - Lembranças





Eram as lembranças que vinham em minha mente, do passado, da outono de 1985, quando conheci ele, Nicholas Copperfild. Seu rosto tinha uma assimetria perfeita, seus olhos eram verdes, verdes de mar, verdes como campo na primavera que inala seu aroma.
Estava eu no parque da cidade, sentada, em baixo de uma árvore. Lia meu livro favorito, Romeu e Julieta, de William Shakespeare. Perdida em meus pensamentos e acontecimentos do livro, adormeci. Tive um sonho confuso e ao mesmo tempo misterioso. Folheava meu livro, por curiosidade, era o mesmo que estava lendo a pouco, entre as páginas um bilhete dizia: ‘Sinto sua falta. Talvez, no futuro, ainda possamos nos encontrar em um lugar bem melhor. Onde não haja indiferenças e preconceitos. Com carinho.. NC’. Derrepente o sonho muda de cenário, agora, alguém dirigia um carro em alta velocidade, era final de uma tarda nublada e chuvosa. Só me lembro de uma forte luz, vindo em direção a este mesmo carro. Então, involuntariamente sinto um lágrima correndo sobre minha face.
Despertei, com um rapaz gentilmente sacudindo meu ombro.
- Ei, menina, acorda. Parece que vai chover daqui a pouco. Acorda. – insistiu.
Abri vagarosamente os meus olhos. Avistei nuvens negras se formando sobre o Parque da Cidade. Senti uma leve brisa, que me envolvia e me fazia tremer. Apressadamente me levantei.
- Obrigado – Agradeci.
- Não foi nada – murmurou.
Andávamos em direção a cobertura mais próxima, então lembrei do meu sonho. Corri em direção à árvore que estava, meu livro estava lá, do mesmo jeito que deixara. Procurei pelo bilhete. Mas não encontrei nada.
- Foi só um sonho – Dizia a mim mesma, tentando me acalmar.
No mesmo lugar da onde parei, estava lá, o garoto que me acordara. Andei até ele.
- Aconteceu alguma coisa? – Perguntou preocupado.
- Não, só tinha me esquecido do meu livro – sorri gentilmente.
Andamos em silencio até a cobertura, quando começou a chover. Apertamos nossos passos, e enfim chegamos. Era um lugar bem antigo, mas ao mesmo tempo impressionante. Havia bastante gente, pois ninguém queria pegar um resfriado em pleno outono.
Meus lábios tremiam, meus cabelos ensopados. Estava sentindo muito frio, mas não pude esconder, pois ele percebera.
- Você está congelando – Afirmou ele já tirando o seu casaco. – Está precisando mais do que eu.
- Não precisa, nem estou com frio – menti.
Ele apenas sorriu e colocou seu casaco sobre meus ombros. - Obrigado – falei sem jeito. Me senti um pouco melhor .. e segura.